Ela tem arte marcada no corpo. Carrega em si umas cicatrizes de falsos amores e algumas tatuagens de futuras promessas. Arte por dentro e por fora. Ela tem um sorriso firme e frágil e sabe muito bem o momento certo de usar cada um. Possui umas retinas marrons que parecem fotografar tudo que ela contempla com seus olhos miúdos. Ela tem uma nuca que pede beijos e uns ombros macios que querem um peito para se aconchegar, ela deseja esquecer umas dores. Quanta poesia no corpo daquela pequena. Quantos traços para ser tocados. Quantos poemas marcados em sua pele. Quantas histórias carregadas em sua alma.
À noite, quando o frio costuma visitar sua pele lhe causando arrepios, ela costuma se perguntar; Onde estão os moços com sorrisos largos? Onde estão os rapazes com a verdade na alma e sentimentos sinceros no coração? E costuma passar horas encarando o teto do quarto questionando-se o que pode ter de errado com ela.
“Alguns e tantos outros homens que só aprendem a arte da conquista, mas não sabem a poesia de manter quem se ama por perto.”
Mal sabe ela que não há nada de errado, alguns homens que não tiveram coragem de carregar tanto sentimento bonito dentro do peito. Alguns e tantos outros homens que só aprendem a arte da conquista, mas não sabem a poesia de manter quem se ama por perto.
A alma dela é perfumada com o mais belo perfume dos jardins botânicos, ela possui um sorriso capaz de desarmar o BOPE inteiro, e uma verdade no coração que só os verdadeiros sabem interpretar só de olhar no fundo de suas retinas escuras. Uma perfeita mulher-poema em um mundo de tantos homens analfabetos. Uma pena.
Volta e meia a vida continua fotografando seus passos e revelando novas pinturas poéticas apenas para aqueles que conseguem ver beleza nas coisas mais banais. Ela continua apaixonada pela mulher que batalhou para ser. Pois ela não nasceu mulher, tornou-se uma. Carregando umas feridas aqui e outras ali, ela escreveu poemas dentro da alma. Marcada por riscos na pele, ela rabiscou poesias no corpo. Ela é uma arte que apenas alguns conseguem perceber a pragmática de toda sua semântica. Uma mulher que nunca desacreditou no amor por contas de alguns rapazes passageiros. Uma pequena com um sentimento gigantesco dentro de si. Ela vai continuar sua caminhada pelo mundo afora e passará por algumas esquinas alegres e outras tristes, mas sempre com um sorriso no rosto. “Se é falsete ou não, ninguém sabe. No final, toda mulher sorri de qualquer forma.”
P.S. Eu lhe imploro, namore alguém que leia.
Por: Pedro Ficarelli
Fonte site parceiro: Resiliência Mag