Todos nós temos memórias menos boas que gostaríamos de apagar da nossa mente. Contudo, elas teimar em permanecer e “assombram-nos” o resto da nossa vida.
Mas e se eu te disser que já existe uma solução para isso? Que poderás apagar essa má memória do teu cérebro? Eras capaz de usar? A verdade é que já existe!
Após algumas pesquisas, cientistas da McGill University e da Harvard Medical School descobriram que o propranolol, um remédio normalmente usado para tratar pressão alta, tem como efeito colateral alterar memórias armazenadas no cérebro. De acordo com os mesmos, isso acontece porque o medicamento inibe a atividade de um neurotransmissor, a norepinefrina.
Ao darem uma dose de propranolol a pessoas que tinham passado por alguma situação traumática, os cientistas realizaram um estudo onde as convidaram a relembrar o fato. As reações mais intensas de medo e emoção desapareceram, e a verdade é que efeito se manteve mesmo depois do efeito do medicamente desaparecer. Segundo os cientistas, isso acontece porque interfere na reconsolidação da memória, que é alterada e perde a sua carga emocional negativa antes de ser regravada pelo cérebro.
Ainda assim, pesquisadores no Brasil também conseguiram promover o enfraquecimento de memórias traumáticas por meio do uso de drogas específicas, como o topiramato, um remédio atualmente usado para tratar convulsões. De acordo com a Universidade Federal de São Paulo, o topiramato seria capaz de inibir a produção de um neurotransmissor, o glutamato, que age no hipocampo – a região do cérebro que coordena o processo de formação de memórias.
Ainda assim, existe quem seja contra este tratamento, como a psicanalista e bioeticista carioca Marlene Braz, que defende que a possibilidade de mudar ou apagar memórias poderia ter consequências até sobre o sistema jurídico. “Haveria uma tensão entre o direito individual de uma pessoa – que decidiu esquecer – e o direito da coletividade, já que, na prática, isso significaria subtrair evidências de um processo, já que não poderíamos contar com o testemunho daquela pessoa”, diz ela. Délio Kipper, professor de Bioética do curso de Medicina da PUC do Rio Grande do Sul, ainda aponta outros conflitos nessa área. “A modificação de memórias poderia induzir a mudanças nos testemunhos. É um caminho muito perigoso”, diz.
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Fonte: Super Interessante