Ainda me lembro de ti todas as manhãs.
Ainda penso em ti todas as noites.
E odeio–me por isso.
Odeio–me por não te conseguir esquecer, odeio–me por pensar em ti a cada altura do dia, odeio–me por ter criado uma expectativa que neste momento não existe… aliás começo a achar que nunca existiu.
Não consigo esquecer o teu olhar em mim.
Aquele sorriso reconfortante que me davas.
Aquela segurança que mais ninguém conseguia.
Eras sem dúvida importante, sabes? Muito importante para mim, tornaste–te tão especial que quando eu percebi isso já estava a cair no abismo.
E eu lamento.
Lamento se não fui o suficiente para ti, se te desiludi.
Mas lamento ainda mais ter caído neste abismo, porque acredita fiquei despedaçada, nunca imaginei que tu… pudesses destruir–me assim, sabes? Nunca imaginei.
E é com grande felicidade que te digo, QUE eu te vou esquecer.
Sim, eu vou esquecer – te, eu quero esquecer – te.
E não te julgo se fizeres o mesmo, aliás acho que o devias fazer, o nosso caminho é distinto, é como se fossemos opostos, eu a água e tu o fogo, eu o preto e tu o branco… eu carneiro e tu balança…se fizéssemos o esforço árduo eu sei que juntos seguíamos juntos de mãos dadas e sorrisos postos, mas aí esta o problema, tu não estás minimamente interessado em seguir lado a lado comigo, queres estar um passo à frente e esqueces o que realmente interessa numa relação, o apoio e o suporte, eu acredito que tu tenhas essa vontade, que tenhas esse carinho no teu interior mas o facto de queres estar sempre em grande.
Eu não posso esperar mais por ti, não posso esperar incessantemente por algo que eu não vou ter…
Eu sei que um dia ao olhares para trás vais sorrir ao lembrar – te de mim, mas aí eu já estarei sorrindo sozinha e independente cambaleando por caminhos, sozinha, lúcida e sem ti.
Um dia, talvez um dia, nos reencontremos num destino cruzado e quem sabe se os nossos corações não bateram fortemente um pelo o outro, quem sabe…