Fechei-te a porta.
E fechei-a no momento certo.
Decidi pôr-me em primeiro lugar uma vez na vida, lugar onde eu já devia estar desde sempre, mas como diz o ditado, “mais vale tarde do que nunca”.
Não fechei uma porta qualquer, foi a porta do meu coração, e foi das decisões mais certas que tomei na vida.
Se me perguntarem se custou, não minto, a porta já se encontrava aberta para ti há tanto tempo que as suas dobradiças começavam a enferrujar, talvez por isso tivesse doído tanto, talvez porque já estava habituada a deixar a porta escancarada à tua espera. De início, de cada vez que me magoavas, deixava a porta apenas encostada mas tu começaste a trazer contigo tanta poeira, tanta tempestade, que a única solução foi fechá-la de vez.
Trouxeste-me um furacão de mágoas e desilusões tão forte e violento que restou-me fechar o meu pobre coração a sete chaves para o tentar proteger…
O furacão atirou-me ao chão, parecia não terminar, sentia-o já a desmoronar-me por dentro, a destruir tudo o que de mais sensível e frágil havia em mim mas no fim de o vencer, abri janelas para arejar aquele coração tão sujo de mágoas e tristezas, arrumei tudo de novo no seu devido lugar.
Repus a crença no amor na sua prateleira, coloquei a alegria de novo no meu sorriso, borrifei a alma com spray de esperanças, arrumei a lixeira que deixaste para trás e preparei-me para abrir portas e janelas de novo.
Abri janelas para novas pessoas, novas coisas, abri portas para novas amizades, novos amores…
Reergui-me por meio dos escombros, levantei-me do chão onde havia sido deixada, recuperei as forças e voltei à luta pela felicidade.
Hoje sou feliz, hoje sou a menina feliz que já não era há tanto tempo…