Todos temos noção do quão difícil é ter de viver com depressão e/ou ansiedade, contudo, só quem sofre destas doenças mentais é que sabe realmente como é ter de lutar contra elas diariamente, como o caso de uma estudante de fotografia de 23 anos, Katie Joy Crawford, que desde muito nova – cerca dos 13 anos – que batalha contra a ansiedade.
Foi precisamente por isso que, dez anos depois, decide aproveitar a sua paixão pela fotografia para capturar exactamente o que sente num projecto ao qual deu o nome de “My Anxious Heart” (“Coração Ansioso”), tentando de alguma forma ajudar outras pessoas que, tal como ela, passam por esta tortura diária.
Tal como Katie diz, “(o seu projecto) explora e identifica como o transtorno de ansiedade geral, emocional e fisicamente desgastante, pode ser de uma perspectiva pessoal. Como carreguei ansiedade durante a maior parte da minha vida, escolhi retratar fotograficamente essa batalha e a sua presença constante. Uma vez que está na minha mente onde a ansiedade nasce, decidi interpretar os meus papéis como instigadora e vítima através do autorretrato.”
Com este trabalho, Katie espera que as pessoas que nunca sofreram desta doença possam finalmente perceber o peso que isto pode ter na vida de quem sofre.
Em cada fotografia, Katie escreveu exactamente o que sentia:
“A minha cabeça está a encher-se de hélio. O foco está a desaparecer. Uma decisão tão pequena a fazer. Uma pergunta tão fácil de responder. A minha mente não me está a deixar. É como se milhares de circuitos estivessem a cruzar-se ao mesmo tempo.”
“Corta tão fundo que parece que nunca vai curar. A dor é tão real, é quase insuportável. Eu tornei-me nisto … neste corte, nesta ferida. Tudo o que eu sei é essa mesma dor; respiração afiada, olhos vazios, mãos trêmulas. Se é tão doloroso, porquê continuar? A menos que … talvez seja tudo o que sabes.”
“Foste criado para mim e por mim. Foste criado para a minha reclusão. Foste criado pela defesa venenosa. És feito de medo e mentiras. Medo de promessas não correspondidas e perda de confiança tão raramente dada. Tens formado a minha vida inteira. Cada vez mais forte.”
“Eles continuam a dizer-me para respirar. Eu consigo sentir o meu peito a subir e a descer. Para cima e para baixo. Para cima e para baixo. Mas por que é que parece que estou a sufocar? Eu coloco a minha mão debaixo do meu nariz, certificando-me de que haja ar. Eu ainda não consigo respirar.”
“A depressão é quando não consegues sentir nada. A ansiedade é quando sentes demais. Ter ambos é uma guerra constante na tua mente. Ter ambos significa nunca vencer.”
“Eu tinha medo de dormir. Eu senti o mais cru pânico na escuridão total. Na verdade, a escuridão total não era assustadora. Era aquele pedacinho de luz que projetava uma sombra – uma sombra aterrorizante.”
“Um copo de água não é pesado. É quase inútil quando tens que pegar num. Mas e se você não pudesses esvaziá-lo ou pousá-lo? E se tivesses que suportar o seu peso durante dias … meses … anos? O peso não muda, mas a carga sim. Em certo ponto, não te lembras o quão leve costumava parecer. Às vezes, tentas de tudo para fingir que não está lá. E às vezes, só tens que deixar cair.”
“Tenho medo de viver e tenho medo de morrer. Que maneira de existir”
“É estranho – na boca do teu estômago. É como quando estás a nadar e queres colocar os pés para baixo, mas a água é mais funda do que pensavas ser. Não podes tocar no fundo e o teu coração acelera.”
“Uma prisioneira da minha própria mente. A instigadora dos meus próprios pensamentos. Quanto mais eu penso, pior fica. Quanto menos eu penso, pior fica. Respira. Apenas Respira. Deriva. Isso vai aliviar em breve.”
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