Eles cobram apenas 10 euros e contam a história de suas ruas, através de suas próprias experiências. Muitas outras grandes cidades estão replicando a iniciativa.
As teorias para reduzir o número de pessoas em situações de rua são milhões. Alguns têm alguma lógica e trabalho, outros por nada. Por outro lado, outro problema aparece, diametralmente oposto, relacionado aos turistas. E é que, além de ser uma vergonha ver as pessoas sofrendo nas ruas, os guias turísticos geralmente não são os melhores.
Dublin (República da Irlanda) aceitou essas duas questões e contratou moradores de rua para serem guias turísticos. Eles lhes dão trabalho, os reintegram socialmente e também ninguém conhece a cidade melhor do que eles. Dois pássaros com uma cajadada.
A cidade é um destino turístico imperdível, bares grandes e proeminentes, pubs, passeios literários e inúmeras experiências viking são alguns dos panoramas que muitos turistas escolhem.
Um dos grandes problemas, que também assusta os visitantes, é o número de pessoas que vivem em situação de rua.
“Simplesmente não temos propriedades para o número de pessoas que estão trabalhando. A falta de moradia pode ser socialmente aceitável e se tornar a norma.” – comentou o guia Derek McGuire, que morava nas ruas.
Ele trabalha em um dos bairros históricos e, na rota que se estende por cerca de 1,3 km, passa por diferentes lugares, incluindo os que costumavam ser sua casa. Ele cobra 10 euros e está indo muito bem.
Ele também conta parte de sua história: em 2014, ele perdeu sua casa e ficou na rua, ele sabe do que está falando. O passeio passa por cerca de 10 abrigos, como forma de conscientização.
A iniciativa ganhou força e também eficácia, já foi replicada em cidades como Manchester e Londres. Originalmente, vem de Viena (Áustria), onde um jovem estudante foi inspirado e queria levar a idéia para a Irlanda.
Com este novo projeto, as autoridades irlandesas esperam aplacar os números indigentes, reduzindo-os e também incentivando o trabalho.
Assim como McGuire, que está feliz com seu trabalho, muitas outras pessoas sem-teto podem contar suas histórias, a de sua cidade, seus lugares e, o melhor de tudo, elas provêm de sua própria experiência.