Faz semanas que eu não procuro saber de você, que não vou no teu perfil, não abro a nossa conversa pra saber se você está online. Faz semanas que eu não quero saber o que você está fazendo sem mim, pra onde vai nos finais de semanas ou se já encontrou uma pessoa melhor que eu. Tô segurando essa saudade por saber que não vale a pena voltar atrás. Faz um tempo que eu digo pra mim mesmo: eu mereço mais. Ainda penso em você, confesso. Mas quando penso, tento me ocupar com outras coisas mais úteis, porque por mais que eu ainda sinta algo lá dentro, eu sei que mais nada entre a gente faz sentido.
Sabe quando você quer alguém, mas lá no fundo, algo te diz que você não precisa da pessoa? Sabe quando você quer estar ao lado de alguém, procurar, voltar a puxar assunto, chamar pra dormir juntinho, mas sente que se fizer isso você está sendo a pessoa mais otária do mundo? Então, era isso que eu sentia. O coração dizia pra te querer, mas a razão me fazia rejeitar.
Eu queria poder te procurar, mas ao mesmo tempo sentia que não devia fazer isso.
Foi exatamente assim que o nosso amor esfriou. De um lado, eu queria estar com ele, mas demonstrava não querer. Do outro lado, ele estava a fim, mas preferia mostrar que estava nem aí. O tempo passou, a saudade tomou conta da gente. Acho que nos acostumamos com essa dor da distância, sabe? Até que o tempo passou, as coisas mudaram, nada ficou no lugar e hoje, entendemos o quanto fomos insensíveis e bobos por ter deixado o nosso amor de lado por algo que não nos levou a lugar algum.
Se fosse possível voltar o tempo, talvez até voltaria. Mas agora, resta olhar pra nós e ter aquela sensação de que a gente poderia ser tanta coisa, mas escolhemos não ser. Aqui no fundo do peito eu acreditava que em algum momento das nossas vidas ainda daríamos certos.
Imagem de capa: Antonio Guillem, Shutterstock