Quero que saibas que nunca me esquecerei de ti. Das mensagens que trocamos, dos abraços, das palavras. Tenho o teu cheiro na minha almofada. E todos os dias me agarro nela. Faço de conta que ainda estás aqui. A contar-me os teus segredos, medos, alegrias.
Faço de conta que me amas como eu te amo a ti. Um pouco de q.b a fazer de conta nunca fez mal na vida de ninguém. E enquanto fingo que os teus olhos me estão penetram a alma, adormeço.. Ao embalo da tua voz que não oiço, mas que sei de cor. Ao toque das tuas mãos que não sinto, mas que me tocam de leve enquanto durmo. Vou amar-te eternamente, mesmo sabendo que não será um sentimento mútuo.
Vou passar por ti na rua e as borboletas na minha barriga vão acordar.
O coração vai acelerar e eu paro diante de ti para te dizer “Olá, tudo bem?”. Como se fosses um meio-estranho, mas que eu conheço tão bem. Poucas ou mais nenhumas palavras sairão da minha boca, a voz vai trancar-se e tudo mais que vou conseguir fazer é sorrir-te. Um sorriso, que se souberes decifrar vai dizer-te tanto ou mais do que aquilo que eu queria.
Depois sigo em frente. Como se tivesse a atravessar a estrada. Sigo a rua, sigo a minha vida. Olhando para trás, para gastar os poucos segundos de colisão a ver-te. Chego a casa, e volta tudo ao mesmo. O vazio nas paredes, o vazio na cama, a mensagem que não chega, o telefonema que não recebi.
E, amanhã não sei, mas um dia, queria tanto deixar de te amar..
Imagem de capa: bbernard, Shutterstock