Muitas vezes, somente conseguiremos prosseguir e nos fortalecer, quando pudermos confinar alguns sentimentos, lembranças e pessoas na área do esquecimento.
A melhor maneira de cultivarmos nossos relacionamentos, para que eles durem, é o constante diálogo, a fim de que não se acumulem pendências de nenhum lado. Falar o que incomoda com sinceridade evita futuros rompantes de discussões pesadas, por carregarem o que se calou por muito tempo. Infelizmente, porém, nem sempre será possível se acertar com o outro, tampouco continuar a conviver amigavelmente com ele.
“A gente sobrevive, a gente se recompõe e segue (…)”
Muito se fala, hoje, sobre a necessidade de mantermos certa cordialidade com as pessoas que saem de nossas vidas, para agirmos como alguém maduro e bem resolvido. Acontece que existem coisas que não foram nem nunca serão bem resolvidas, pois terminaram após muita mágoa, dor e decepção. A gente sobrevive, a gente se recompõe e segue, mas vai carregando muitas cicatrizes nesse caminho.
Para que possamos retomar as rédeas de nossa própria vida, após sairmos de um relacionamento em que tanto investimos, será preciso tempo, calma e distanciamento. Sim, teremos que nos distanciar daquela rotina a que nos acostumáramos, para que nosso emocional se acostume a uma nova situação afetiva. E isso implica, muitas vezes, evitar quem já não mais será parte de nós, porque então teremos que acordar, todos os dias pela frente, sob uma nova perspectiva de vida. E dói.
“(…) pois os pais devem conversar sobre aquilo que diz respeito aos filhos, sim.”
Isso também vale para outros tipos de relacionamentos além dos amorosos, uma vez que, em muitos casos, somente conseguiremos prosseguir e nos fortalecer, quando pudermos confinar alguns sentimentos, lembranças e pessoas na área do esquecimento. Não há demérito algum em ignorar, bloquear no face e na vida, em evitar qualquer tipo de contato com pessoas que nos machucaram demais, pessoas falsas, tóxicas. Caso tenham filhos em comum, então a história muda, pois os pais devem conversar sobre aquilo que diz respeito aos filhos, sim.
Não podemos prever os acontecimentos, o desenrolar das tramas que tecem nossa vida, tampouco mandaremos em nossos corações, entretanto, sempre teremos a possibilidade de optar por quem permanecerá ou não em nossa caminhada. Não será uma tarefa fácil e tranquila, muito pelo contrário, mas é assim que a gente faxina a alma e prossegue na lida.
Por: Prof. Marcel Camargo
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