O mecanismo costuma funcionar sempre da mesma forma: há um hipócrita que cria uma fofoca para que o fofoqueiro a espalhe e o ingenuo acredite sem resistência. A epidemia dos rumores só termina quando finalmente chega aos ouvidos da pessoa inteligente, que tem esse coração vacinado que não atende nem responde ao que não tem sentido.
A língua parece um órgão frágil, sem ossos, no entanto é forte o suficiente para machucar e envenenar através de fofocas e rumores. Um vírus letal que só desaparece quando chega aos ouvidos de uma pessoa inteligente.
Em muitos casos, a fofoca transforma-se num mecanismo que dá uma espécie de poder a quem a pratica. A pessoa encara a fofoca como forma de sair da sua rotina e aproveitar esse estímulo novo como uma distração.
Por esse motivo costuma dizer-se que os fofoqueiros não sabem ser felizes.
Eles ocupam o seu tempo a camuflar as suas amarguras e tristezas em tarefas inúteis e supérfluas com as quais validam inutilmente a sua autoestima.
Por outro lado, quem dedica o seu tempo a aprimorar-se a si mesmo, não tem tempo para criticar os outros nem para criar ou espalhar fofocas.
Como se defender de fofocas e rumores
Queiramos ou não, a nossa sociedade está construída à base de relações de poder onde as fofocas e rumores são verdadeiras armas. As verdades manipuladas são úteis para muitas pessoas, pois através delas obtêm benefícios muito concretos.
Assim, é necessário que sejamos sempre os ouvidos inteligentes que agem como barreira, que freiam a maldade, aquilo que não faz sentido, a informação falsa e a fagulha deste incêndio que almeja sempre levar alguém com ela.
A sabedoria popular sempre nos disse que para quebrar uma sequência, basta remover um elo. Se o rumor e a fofoca agem como autênticos vírus ao nosso redor, é necessário que nos cerquemos de pessoas de confiança para que elas ajam como diques de contenção.
Que usem os seus ouvidos inteligentes para desarmar o que não faz sentido.
As fofocas são difundidas quando há alguém que deseja adquirir notoriedade às nossas custas. Diante dessas atitudes, podemos agir de duas formas: ou fazendo de ouvidos surdos diante do absurdo ou agindo com assertividade, colocando limites e deixando as coisas claras.
Temos que ter consciência de que em toda a organização, comunidade de vizinhos ou em grupos de companheiros ou amigos, vai haver um “rumorólogo” oficial.
Um amante das fofocas.
Temos que ser sempre íntegros, transparentes e não alimentar este tipo de atitude de espalhar o vírus do rumor ou da fofoca. Mas é importante saber que não é nada fácil desmascarar um rumor, as palavras nem sempre são suficientes, são necessárias provas contundentes para desmascarar e demonstrar a mentira desta fofoca.
As más línguas vão sempre acompanhar-nos de uma forma ou de outra, então o melhor a fazer é sempre evitar ser uma delas e recordar que as fofocas são para as pessoas que se sentem inferiores, e a informação é para os ouvidos sábios.
Por: Valéria Amado