Quando pensamos em amar, deduzimos que somos e iremos ser felizes. Isso é o óbvio. Não deduzimos que vamos sofrer, que vamos falhar, que vamos chorar ou que tudo vai acabar. Quando isso acontece, é porque já deu o que tinha a dar.
Amar é o único sentimento que gostamos de sentir, mesmo que possamos ser magoados, nós gostamos da dor. De sentir que alguém, por um segundo que seja, olhou para nós. Alguém, algures no tempo ouviu a nossa voz.
“O amor…é ele o posto de tanto ódio, tanto horror.”
O que seria do amor, sem pacientes para curar, ou outros tantos para magoar? O que move esta vida? O amor…é ele o posto de tanto ódio, tanto horror. A melancolia da sua inexistência, não resolve o problema da sua persistência. Ele causa dor, é um facto do qual ninguém se pode queixar, pois todos o procuramos, pois queremos ser amados e amar. A consciência de sentir o que dói e persistir está em nós, de um modo vincado, repetidamente.
Eu sofro porque quero amar, quero sentir bem de perto, o teu leve respirar.
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