Quando tentei te explicar o que estava sentindo, expus minha dor e disse que aquilo estava me machucando. Em momento algum quis te criticar ou cobrar uma mudança de atitude. Eu apenas me posicionei. “Não está me fazendo bem”.
Você, sem saber o que responder, me alfinetou: “Difícil te agradar, hein?”
Então, mais uma vez entendi que não adiantava discutir. Cada um oferece aquilo que consegue ofertar. Porém, queria que soubesse, não sou difícil de agradar. Qualquer música no meio da tarde, um emoji de coração ou de beijinho, um bombom ou uma flor colhida no jardim me cativa ou conquista.
Porém, como na letra do Kid Abelha: “Você me tem fácil demais, e não parece capaz
de cuidar do que possui…”
Eu não desejo alguém que domine todos os assuntos, mas que puxe papo, mande áudio, uma foto aleatória, ou um “oi adivinha onde estou” quando passar por uma cafeteria. Eu não quero alguém que me dê presentes caros, mas que entenda o valor de uma lembrança ao retornar de uma viagem ou de um convite para um vinho no fim do dia. Eu não preciso de alguém que me ligue todos os dias, mas que entenda a importância de uma mensagem no dia seguinte de uma noite regada à cerveja e amor.
Eu não procuro alguém que me mande flores, mas que cogite colocar um emoji colorido ao lado de um bom dia ou boa noite para eu saber que, de alguma forma, sou especial. Eu não tenho a pretensão de que fale comigo toda hora, mas que se lembre de mim ao recomendar uma série nova, comemorar a promoção no trabalho, ou chorar a derrota do seu time.
Relacionamentos não são feitos de uma grande coisa, e sim de um milhão de pequenas coisinhas. Eu não sou difícil de agradar, e é necessário tão pouco para me ganhar.
Porém, aprendi que amor, atenção, carinho e consideração a gente não agradece, e sim retribui. Com o tempo a gente cansa de puxar assunto, chamar de linda (o), mandar print, dizer que tá com saudade, demonstrar interesse, enviar uma música, oferecer um mimo, dar bom dia, dizer “dorme com Deus”… e então, quando desiste e vai embora, nem sempre quem fica tem noção do que aconteceu.
Relacionamentos acabam não somente por uma grande mancada, e sim por milhares de pequenas ausências e motivos bobos que se somam no dia a dia. Chame pra uma conversa, resolva no olho a olho, não deixe acumular. Não fique estranho do nada, não retribua silêncio com mais silêncio ainda, evite cobranças desnecessárias e críticas.
Faça tudo o que estiver ao seu alcance, e depois solte. Se trate bem, e espere que a vida seja recíproca com você também. O tempo dirá o que deverá ficar. E, sem sombra de dúvida, deixe ir o que não tem mais nada a te acrescentar.
*Dedico este texto ao meu amor Luiz Antonio Lopes, que há 20 anos me conquista nas pequenas coisas, que somadas são uma grande coisa. Amo você.
Por: Fabíola Simões