Tu perdeste a mulher que seria capaz de viajar sozinha para te encontrar num bairro que ela nunca ouviu sequer falar, tu perdeste a mulher que apostaria todas as fichas em como esse amor que ela sentia por ti iria dar certo.
Uma mulher que seria capaz de se molhar na chuva só para te dar um pouco mais de espaço debaixo do guarda-chuva, que estaria disposta a acalmar-te com um abraço, a cuidar de ti como sempre quis ser cuidada. Uma mulher que, há algum tempo atrás, depois de mais um engano, disse que iria definitivamente dar uma pausa para o amor, mas depois encontrou-te a ti e a promessa não fez mais sentido.
Ela seria aquela que se iria lembrar do dia do teu aniversário e iria colocar nos lembretes importantes do telefone só para não esquecer de te preparar uma surpresa. Tu perdeste a mulher que, ao despedir-se de ti, iria passar um bom tempo a pedir para que tu chegasses a casa bem e só dormiria tranquila ao ouvir a tua voz dizer pelo telefone: “Já cheguei amor.”
Tu perdeste a mulher que te passaria protetor solar.
Com as mãos mais macias que tu já sentiste – quando vocês estivessem numa daquelas viagens pelo litoral -, e que nem se importaria com os rapazes musculados que estivessem a passar por ali. Tu perdeste a mulher que levaria um medicamento na bolsa só porque antes de sair de casa tu disseste que achavas que se calhar estavas a ficar gripado. Tu perdeste a mulher que nunca teve receio de mergulhar de corpo inteiro, que trocaria o melhor vinho francês por uma cerveja ao teu lado.
Ela seria aquela que iria aceitar acampar contigo, tomar banho no rio, iria deixar-te tranquilo e iria ensinar-te a não dares tanta importância para o que os outros pensam. Mais do que a tua parceria, ela seria a tua companhia, o teu conforto nos dias difíceis e a tua morada.
Tu perdeste a mulher que iria sorrir de ti, contigo e para ti.
E mesmo que as coisas não dessem certo, ela estaria contigo no final do dia. Ela seria aquela que te iria olhar lenta e atentamente enquanto todas as outras pessoas te olhariam rápido demais. Ela seria aquela que encostaria o seu mundo ao teu, esqueceria CD’s, brincos, pulseiras e sandálias na tua casa só para depois ter motivos para voltar, dançaria com a tua tia na festa de aniversário do teu sobrinho de 4 anos.
Ela seria aquela que te iria beijar a testa com ternura, iria roubar-te vários beijos, quer tu estivesses acordado ou a dormir. Ela seria aquela que te iria fazer cafuné mesmo sabendo que tu odeias que despenteiem o teu cabelo, ela seria aquela que iria apertar as tuas bochechas de vez em quando só para te ver a olhares para ela com aquela cara fofa que ela tanto adora.
Ela seria um dos principais motivos do teu sorriso ao deitar e da tua alegria ao acordar.
Ela seria aquela que iria ameaçar chutar as tuas partes íntimas quando tu dissesses alguma palermice e iria rir-se da cara de dor que tu irias fazer mesmo sem ela ter feito nada. Ela seria aquela que te iria olhar de todos os ângulos, aceitar os teus defeitos internos e os físicos também. Ela seria aquela que iria sustentar o teu mundo com um só sorriso, que te iria fazer esquecer dos problemas com um só olhar, nem que fosse só enquanto estivesses ao lado dela.
Tu perdeste a mulher que iria aproveitar-se do teu sofá, mas que te doaria o seu colo, que te olharia com tamanha doçura, que deixaria a sua escova de dentes ao lado da tua e quando tu menos esperasses te iria surpreender com um receita que aprendeu com todo o carinho na internet. Tu perdeste a mulher que te faria perceber o quanto o teu mundo mudou para melhor desde que ela entrou na tua vida. Tu perdeste a mulher da tua vida.
Por: Iandê Albuquerque