Sonhei contigo e perdi-me no pensamento de poder admirar cada defeito teu e saber que és só meu. De pensar que algo nos pertencia ou que nós pertencíamos ao mundo juntos.
Sonhei em aquecer as tuas mãos nas noites frias de Inverno enquanto tu protegias todo o meu corpo, seria egoísta da minha parte? Talvez um pouco, mas sou demasiado egoísta para só ter um pouco de ti junto a mim.
Sonhei com todas as gargalhadas que não demos e todos os suspiros que eu deixei fugir sem tu saberes.
Sonhei com todos os olhares em que não eram precisas palavras para eu te entender, hoje penso, talvez uma palavra tua fosse mais sincera que o teu olhar porque uma única palavra iria doer muito mais do que dezenas de olhares cruzados na rua.
Sonhei com o teu sorriso, mesmo que ele não fosse dirigido a mim podia jurar que era o sorriso mais bonito que eu já vi, não pelos teus lábios finos ou pela tua cara perfeitamente ajustada ao corpo, o teu sorriso era o mais bonito porque era unicamente teu e só isso bastava para o tornar o mais belo entre todos.
Sonhei com a tua voz, e para mim, era aquela melodia que eu poderia ouvir dias inteiros sem me cansar e que eu nunca iria cantar para não a estragar.
Sonhei com o teu toque e ainda hoje sinto os arrepios na minha pele só de me lembrar. Seria tudo tão perfeito aos meus olhos, tu e eu sem mais ninguém a atrapalhar, viveríamos um conto fadas como nunca ninguém viveu pois nós iriamos escrever um só nosso, em que o som da nossa da gargalhada seria constante e haveria um “felizes para sempre” mas seria diferente pois o nosso não ia ter fim.
Idealizo-te como nunca ninguém te idealizou, será que é borrice da minha parte? É capaz, mas prefiro viver na ilusão de te ter do que viver na realidade sem te ver.
Imagem de capa: Jacob Lund, Shutterstock