Olá. Como tens andado? Já sorriste, hoje? Se a tua resposta for negativa, aviso-te, caso não estejas lembrada, que estás a falhar redondamente. Nada nem ninguém tem o direito de encobrir o teu sorriso. E se é isso que está a acontecer, aviso-te: és tu quem está a provocar esse nevoeiro.
É por causa dele, não é? O que é que aconteceu, desta vez? Foi a mãe que não o deixou sair, o carro que avariou ou a prima emigrada que veio visitar a família? Ou então, espera, foi a mesada que acabou? Ou o aniversário da tia avó? Qual foi a desculpa que ele arranjou desta vez?
Vá lá, desabafa. Deita cá para fora essa raiva toda que tens dentro de ti.
Ele não te responde, é isso? Ignora todas as tuas tentativas falhadas para o agradar e não está nem aí para o que tu dizes, não é? Ou são os amigos que não sobrevivem sem a sua companhia? Ou a outra miúda que tem menos centímetros de vestido que tu? Diz-me, qual é a desculpa que ele insiste em fazer-te acreditar?
Mas olha, princesa, não acredites. Lamento ter que ser tão frontal assim, mas não vale a pena continuares a apostar numa relação feita de desamor. Não te metas em mais nevoeiros medonhos. Eles costumam ser perigosos e, mais dia, menos dia, acabam por fazer sofrer. E a sério.
No fundo, sabes que tudo o que digo é verdade, não sabes? E eu percebo-te, princesa. Juro que percebo. Mas também percebo o que a vida nos ensina. E que o que ela nos tira um dia, dá-nos em dobro no outro.
Vais andar a chorar pelos cantos até quando? Só depende de ti colocares um ponto final nessas lágrimas persistentes. E se hoje fosse esse dia? O dia em que te libertas desse aperto no peito que te corrói a cada instante. Diz-me, pelo menos, que vais tentar. Basta-me isso para eu saber que tudo vai ficar bem. Tenta, por favor.
Deixa-me dizer-te só mais uma coisa. Depois, prometo que me calo.
Nunca deixes que pessoa alguma te impeça de sorrir. Porque o sorriso, princesa, é a nossa melhor arma. E uma mulher armada, vale por meia dúzia. E, se for preciso, eu sou a sétima.
Não chores, princesa!