Conta-lhe a verdade, amigo! Força!
Chega ao pé dela e fala, sem medo. Fecha os olhos, se precisares. Fecha os olhos e finge que estás a falar para o espelho.
Agora pede-lhe desculpa. Diz-lhe que te arrependes de todas as vezes em que poderias ter mudado a situação toda com apenas uma mensagem (e evitado as noites de choro dela, a preocupação, a dor, a saudade) mas ao invés disso ficaste parado sem dizer nada como o idiota que és.
Pede desculpa por teres ficado confuso entre uma ex que ainda mexia contigo, um possível caso para o futuro que te excitava e entre ela.
Pede desculpa por teres feito dela a última opção quando tu eras a sua única escolha.
Confessa que te sentes culpado por todas as vezes que estragaste os possíveis relacionamentos dela provocando-a e fazendo com que ela caísse nos teus braços de novo, mesmo que isso seja a mentira mais descarada do mundo e que não estejas minimamente arrependido (és um playboy e todos sabemos que não estás), mas finge mais um pouco.
Assume que és egoísta e não sabes perder, que és atrapalhado e não sabes possuir, que és mimado e mandão e que tudo tem que ser do teu jeito, que és orgulhoso e para ti, tu estás sempre certo.
Assume que és pior do que uma criança indecisa entre o gelado de morango e o de chocolate, que és infantil, que és canalha, mulherengo…
Como se ela não te conhecesse melhor do que tu te conheces.
Humilha-te, se precisares.
Diz-lhe que a compensarás pelas noites de sono perdidas, pelas lágrimas desperdiçadas na almofada, pelas dores de cabeça, pelos cortes, por tudo.
Porque tu e todos sabemos que no fundo ela só espera um sinalzinho verde para não desistir, uma confirmaçãozinha de que tu ainda te importas com o que ela sente e a queres nem que seja só por capricho.
Mas não deixes ela cansar-se de ti para sempre, porque, meu caro, quando uma mulher vai embora, ela não volta. Menininhas voltam, mulheres não. Lembra-te disso!